Nampula: Jude continua a matar e a criar bolsas de fome em Lalaua e Ribáuè

Quatro pessoas foram arrastadas pela fúria das águas do rio Lalaua, no distrito do mesmo nome, entre os dias 19 e 20 do mês em curso, quando pretendiam atravessar para a outra margem, onde se localiza a maior parte dos campos de produção, à procura de alimentos.

O líder comunitário do primeiro grau de de Cunle, Bernardo Manuel, no vizinho distrito de Ribáuè anunciou a morte de um casal e um filho por desabamento de casa, bem como a destruição de extensas áreas de cultivo.  

Para além das vítimas mortais, o ciclone jude que se abateu sobre a província de Nampula, afectou centenas de famílias em Lalaua e no vizinho distrito de Ribáue, segundo dados partilhados pelos governos locais.

A ligação rodoviária entre as duas regiões ficou interrompida, devido a destruição de duas pontes, consideradas de vital importância sócio económica, o que colocou o governo e a população numa situação de desespero.

Devido a destruição das referidas infra-estruturas, alguns populares sentem-se na obrigação de atravessar, através de pequenas embarcações, sem o mínimo de segurança.

Em Lalaua e Ribáuè, centenas de hectares de culturas diversas foram afectadas pelo vendaval, acompanhada de chuvas fortes, factores que poderão contribuir para o surgimento de bolsas de fome nos próximos tempos.

Sensibilizados por esta causa, algumas entidades públicas e privadas começaram já a canalizar apoios diversos, sobretudo, àquelas famílias que se encontram numa situação de miséria. A nossa reportagem testemunhou na sede do Posto Administrativo de Cunle, o arranque de uma campanha de solidariedade, denominada “Todos por Nampula”, desenvolvida por uma operadora de telefonia móvel.  

Rafael Tarcísio, administrador de Ribáuè, que testemunhou o acto, louvou a iniciativa, referindo que “se alguém pretende caminhar e chegar longe, vale a pena ir acompanhado”. 

A campanha insere-se na acção de responsabilidade da empresa e deverá cobrir todos os 17 distritos da província seriamente afectados pelo ciclone há sensivelmente duas semanas.    

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *